Glória a Deus Senhor nas alturas
E viva eu de amargura
Nas terra do meu senhor!
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
No sertão não tem mais roça queimada
Carcará
Mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa no bico inté matá
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
(Carcará)
Spoken:
Em 1950 mais de dois milhões de nordestinos viviam fora de seus Estados natais.
10% da população do Ceará emigrou, 13% do Piauí, l5% da Bahia, 17% de Alagoas!
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come!
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