A máquina dos discos
Engasgou-se emudeceu
A velha ventoínha
Desistiu por fim
O tampo do balcão
Bebeu demais e adormeceu
A mobília resiste assim assim
O palco sujo boceja
O escarrador demitiu-se
Do seu cargo infeliz
O strip-tease acabou há hora e meia
Mas ainda há um tanso a pedir bis
Un marinheiro bêbado ressona em dó menor
Cansado de dançar um tango arrasador
A tatuagem dedicada à mãe com muito amor
Não se percebe bem perdeu a côr
E a loira platinada ainda espera agastada
Que ele se decida
Deita-lhe o olho à carteira
Há mais do que uma maneira de fazer pela vida
O gerente desperta do seu plácido topor
Sem vencer por completo a névoa cerebral
Avança en zigue-zague mira as mesas em redor
E faz a depedida habitual
Ó malta toca a andar
Ponham-se a cavar
Que já passa da hora de fechar
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