Sem capricho ou presunção
Nesta torre de papel
Deita sete olhares de mel
Em metade dum limão
Na noite mais traiçoeira
Ruím, medonha, brutal
Descontada a pasmaceira
Do inferno do normal
Se me vires a cara séria
Juíz togado ou em fralda
A julgar faltas à balda
Num tribunal multimédia
E tomado o pensamento
Por rombo, machado ou moca
Pego no laser da moda
Dou-te o meu assentimento
Se me vires por fraqueza
Por perfídia ou aflição
Mergulhado na tristeza
Com que se mói a razão
E servi-la à sobremesa
Das ceias da frustração
Assentado na baixeza
O programa da nação
Por favor, peço-te só
Não te demores, vem logo
Traz gasolina, põe fogo
Meu amor não tenhas dó
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